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A entrevista do tenente-coronel Sérgio Lemos Simões, comandante do 11° Batalhão de Polícia Militar, publicada no último sábado em Zero Hora segue repercutindo dentro da BM e no Poder Judiciário. A cobrança do policial, que relatou a sensação de insegurança da população e a frustração da corporação diante da soltura de criminosos, foi contestada pelo presidente da Associação dos Juízes do RS (Ajuris), João Ricardo dos Santos Costa.

Em entrevista concedida ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha o magistrado afirmou que "o tenente-coronel reeditou um clichê surrado".

— Essa história de Polícia prende e Justiça solta já é ultrapassada. A declaração do policial é indevida para um agente público, pois analisa a situação de forma pequena, sem a amplitude do tema — diz.

João Ricardo dos Santos Costa, que toma posse na Ajuris na tarde desta segunda-feira, garante que entende a insegurança dos moradores da Capital, mas defende os direitos dos presos.

— Compreendo a insegurança da população e os agentes públicos têm de ser cobrados por isso. Mas a magistratura analisa cada caso de forma individual. Todo o cidadão tem direitos, vivemos em um sistema democrático, que preserva recursos e garantias — afirma.

O comandante da Brigada Militar, João Carlos Trindade, concordou com as afirmações do presidente da Ajuris. Para ele, a Justiça cumpre com o seu papel dentro da sociedade:

— Concordo com o magistrado quando ele diz que isso é um discurso ultrapassado. As declarações do oficial geraram um desconforto com o Judiciário.

Trindade, porém, descartou qualquer punição.

— Vamos conversar nesta quarta-feira para ver o que aconteceu — finalizou.